JSPDT: Sua História vem de longe…
Os movimentos precursores das juventudes trabalhistas foram a Ala Moça, fundada em 1945 após a criação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e, mais tarde, a Mocidade Trabalhista, iniciada em 03 de outubro de 1952, durante a V Convenção Nacional do PTB – na qual João Goulart (Jango) se tornaria o presidente nacional da legenda até o Golpe Civil-Militar de 1964.
Da Ala Moça, idealizada pelo seu primeiro presidente, Leonel Brizola, e mais tarde da Mocidade Trabalhista se destacariam quadros juvenis como: Fernando Ferrari, Sereno Chaise, Pedro Simon, Ney Ortiz Borges, Armando Temperani Pereira. Quadros que mais tarde fariam parte da política estudantil durante a década de 1960 pela Ação Popular (AP) – tais como: Vânia Bambirra, Herbert de Souza (Betinho), Vinicius Caldeira Brant – e de movimentos afins como a Organização Marxista Revolucionária/Política Operária (ORM-POLOP): Theotônio dos Santos e Ruy Mauro Marini, ou ainda da Dissidência Comunista da Guanabara (DI-GB), como Daniel Aarão Reis Filho.
No processo de redemocratização, com a formação do Partido Democrático Trabalhista (PDT), seria necessária a criação de uma juventude que dialogasse com o segmento jovem sobre os valores do trabalhismo. O PDT tornara-se fruto da perda da sigla do PTB do grupo histórico, liderado por Leonel Brizola, pelo grupo de Ivete Vargas, sobrinha-neta de Vargas e aliada de Golbery do Couto e Silva, Chefe da Casa Civil do Governo João Figueiredo.
No retorno de Brizola ao Brasil, em 07 de setembro de 1979, na cidade de São Borja, um conjunto de jovens carregaria uma faixa com o slogan “Juventude Trabalhista, Popular e Socialista”. Ela inspiraria mais tarde a formação da futura Juventude do PDT que, em seu I Encontro Nacional, entre os dias 14 e 15 de fevereiro de 1981, teria como tema o mesmo slogan da faixa utilizada em setembro de 1979.
A Juventude Trabalhista do PDT (JT), fundada oficialmente em 15 de fevereiro de 1981, se constituiu numa organização política de jovens que se configura na luta e na defesa pela soberania nacional, pelo nacionalismo popular, pelo trabalhismo e pela defesa dos ideais socialistas. Estiveram presentes 10 estados e mais o Distrito Federal, com destaque para as bancadas de delegados oriundos do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Entre seus componentes, circulavam social-democratas, socialistas e comunistas – associados à corrente prestista. Embora o nome inicial em destaque fosse Alfredo Sirkis, entretanto, após a cisão das bancadas do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, Anacleto Julião passou a ser o primeiro presidente desta nova organização juvenil.
No seu II Congresso Nacional (23 e 24 de janeiro de 1982), na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, a JT se transformaria na Juventude Trabalhista e Socialista (JTS) – uma vez que, embora boa parte dos quadros juvenis fosse de viés prestista e socialista, a escolha da sigla JS teria resistência do próprio Leonel Brizola – que acreditava na Juventude nos moldes da antiga Mocidade Trabalhista do PTB pré-1964. Anacleto Julião estava confirmado como o Presidente da Juventude e seu Vice-Presidente seria Hélio Rabelo. Foram também escolhidos para o primeiro Diretório Nacional 30 membros titulares e 15 suplentes.
Entretanto, em fevereiro de 1985, o III Congresso Nacional da JTS consagraria o nome da juventude do PDT como Juventude Socialista (JS), com a aprovação de uma forte bancada constituída por marxistas e, em destaque, os oriundos do segmento prestista. Seu novo presidente seria Carlos Alberto Tejera De Ré (Minhoca).
Na JS, surgiram grandes expoentes do trabalhismo, além de ter uma participação destacada nos movimentos juvenis, como a UNE e a UBES – em especial, a partir da metade até o final da década de 1990, tendo quadros destacados como Luiz Klippert, André Luiz Bernardes, André Menegotto e Sandro Alencar. A partir das suas bandeiras, a JS, ao longo de sua existência, imprimiu marcas que conduziriam o PDT a lograr a sua coerência política, em momentos cruciais, inclusive, nas eleições presidenciais de 2006, ao conseguir que a agremiação trabalhista não apoiasse nenhum dos candidatos, onde a Juventude optou pela defesa dos princípios ideológicos e pela identidade histórica do trabalhismo.
Durante o XII Congresso Nacional da JS, em Belo Horizonte-MG, nos dias 03 e 04 de dezembro de 2005, o atual Deputado Federal Brizola Neto (PDT-RJ) seria eleito como Presidente da Executiva Nacional da JS. Em 2007, a presidência foi ocupada pelo gaúcho Luizinho Martins que assumiu após o XIII Congresso na cidade do Rio de Janeiro. Em 2009, no XIV Congresso Nacional, realizado em Praia Grande - SP, Luizinho Martins foi reeleito. Entretanto, em janeiro de 2011, Luizinho se licenciaria para assumir a Secretaria Municipal de Juventude da cidade de Porto Alegre. Em seu lugar, assume Everton Wan-Dall.
Na atual gestão, dentre outras atividades, a JS participou efetivamente do 55° Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG), na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e dos 50º e 51º Congressos da União Nacional dos Estudantes (CONUNE), com a atuação destacada junto ao MOVIMENTO REINVENTAR, a partir da construção das suas teses “Reinventar o Brasil e o Movimento Estudantil” e “Pátria amada, Brasil”.